quinta-feira, 23 de junho de 2016

Coworking Tupiniquim

Coworking Tupiniquim
PDF 665


Imagem
https://www.google.com.br/search?q=foguete&biw=1093&bih=521&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj-qJ20ib7NAhVCEZAKHV5DBDwQ_AUIBigB#q=foguete&tbm=isch&tbs=isz:l&imgrc=vya72Ibvaefq9M%3A


Primeiro eles chegaram com enormes barcos movidos a velas impulsionadas pelos ventos. Seus ocupantes desembarcaram e trouxeram presentes, para mostrar como eram amistosos e para um convencimento. Tentaram escravizar o povo local para promover suas buscas e sua agricultura, e como não conseguiram criar escravos indígenas, foram buscar um povo escravizado que habitava a África. Fizeram uma parceira desproporcional, os negros trabalhavam em troca de abrigo e comida, não tinham como retornar as suas terras, eram vigiados e acorrentados. Uma parceria desigual.

O povo residente no local serviu-lhes para outra estratégia, defender o território e conquistar a terra. E novamente outra parceria, convenceram os índios que poderiam defender suas terras de outros povos invasores. Protegeriam juntos contra outros povos invasores, aqueles que partiam de um mesmo continente que os descobridores, a Europa. Enquanto os descobridores usavam armas e pólvora, os índios usavam arcos e flechas. Com as armas impuseram um domínio silencioso, não declarado, mas impondo medo com o uso da arma de fogo.

Chegavam em busca de recursos vegetais e minerais, para prover seus reinos. Fortalecer suas armas e suas disputas construindo um império, medido por ouro, prata e armas. Promover sua marinharia, com barcos construídos com as madeiras encontradas. Criaram bases ao longo da costa, fundavam cidades, construíam fortes.

Não demorou muito abriram os portos para as nações amigas, com a desculpa de exportar açúcar e café. Levaram ouro e pedras preciosas. Chegou-se até exportar cacau e algodão. Exportando sempre produtos primários, para alimentar industrias de transformação em outros países, para depois venderem produtos do vestuário e de alimentação. Até o momento que perdeu-se mercado para outras terras, em outras partes do mundo. Criaram a estratégia de inventar uma competição. E com bolsas de mercadorias internacionais, definindo os valores dos produtos, poderiam controlar e manipular os preços. Criando as leis que regem a economia. Hoje dominam a moeda e os satélites, a economia e a comunicação.

Na era da industrialização, abriram os portos para os povos imigrantes. Os que tinham um conhecimento da terra, no plantio, na colheita e na produção. Com o sistema antigo regido pela força e pelo feitor, não obtiveram (não obtivemos) um conhecimento, para fazer produzir a terra. Hoje produzem gado e grãos para ração. Planta-se para alimentar animais transformados em carne para exportação. Planta-se frutas com os recursos hídricos locais, enquanto muitos morrem nos períodos de seca. A repetição do santo do pau oco, quando as frutas levam uma água escondida.

Descobriram o petróleo, que com derivados diversos poderiam evoluir e salvar o mundo. Ofereceram contratos de riscos para pesquisa e exploração do petróleo em terras brasileiras. Ofereceram um meio de transporte, denominado automóvel. E com o automóvel poderiam implantar industrias automobilísticas, construir estradas, vender pneus e combustível. Hoje as ruas e as calçadas estão tomadas e dominadas pela indústria automobilística. A oferta de abandonar a carroça, impediu o povo de andar nas ruas, e até nas calçadas. As calçadas estão ocupadas como estacionamentos, vendas de carros e oficinas. O marketing fez seu papel, o convencimento de que ser proprietário de automóvel é ser bem sucedido. Oferecerem produtos e venderam serviços. Ofereceram bens materiais, que causaram riscos e cobiças, venderam seguros e dinheiro a créditos.  Não perderam capital financeiro e ganharam juros e lucros, com cotações internacionais.

E chegou a era da tecnologia, e como no máximo sabíamos plantar, e tirar minerais da terra, restou a condição de ser consumidor. O Brasil não tinha como saber produzir e criar as denominadas indústrias de ponta. Foi necessário abrir o pais, isentar de impostos as empresas estrangeiras. E elas chegavam com a proposta de ofertar empregos. Portugal agora fora do páreo econômico atual, mas como primeiro dono da terra e dono da língua, tem o poder de dizer quem escreve certo ou errado, dependendo do uso das regras gramaticais ditadas por normas e regras de reconhecimento internacional. Denominaram como unificação de uma língua, que poderia promover novos negócios.

Agora chegam com uma nova palavra, de um novo vocabulário. Um novo convencimento dito como sendo conhecimento, oferecendo uma parceria, de dividir um espaço e oferecer informação e conhecimento. Antes eram escravismo, acordos, parcerias e contratos de risco. Agora somos escravo do conhecimento, Um conhecimento infindável com informações por todos os lados, dificultando encontrar respostas.

Chegaram com o coaching, dizendo serem treinadores, tal como os cocheiros que conduziam e defendiam suas carruagens. Trouxeram um termo denominado coworking. Começam em espaços públicos, particulares e arquitetônicos. Surgem com a ideia de dividir salas, laboratórios e auditórios. Trabalhadores em um espaço fechado, sem ver o que acontece do lado de fora, tal como gabinetes políticos. Todos conectados na internet, infestada de hackers e ratos.

Os alquimistas estão voltando. Estão chegando os alquimistas. Eles sempre foram discretos e silenciosos.

Oh! Oh! Oh! Oh!

Os Alquimistas
Estão chegando
Estão chegando
Os Alquimistas


Êh! Êh! Êh! Êh!...

Eles são discretos
E silenciosos


Moram bem longe dos homens
Escolhem com carinho
A hora e o tempo
Do seu precioso trabalho...

São pacientes, assíduos
E perseverantes
Executam
Segundo as regras herméticas
Desde a trituração, a fixação
A destilação e a coagulação...


Jorge Bem Jor (Os alquimistas estão chegando)


Chegaram e chegarão novamente com novas palavras na onda da inovação, em busca da água subterrânea em aquíferos; e do petróleo no pré-sal. Tudo que o solo podia ofertar, já foi explorado. O que tem valor, hoje esta no subsolo e em aguas profundas. Natal/RN continua sendo ponto estratégico, já possui melhorias no porto e um imenso aeroporto subutilizado. Possui uma base espacial. Possui supostos centros tecnológicos. possui uma enorme quantidade de imóveis vazios, construídos por empresas estrangeiras e auxilio do governo, que foi ludibriado criando vagas de mão de obra na indústria de engenharia civil.


Roberto Cardoso (Maracajá)

Em 23/06/2016

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

Nenhum comentário:

Postar um comentário