domingo, 24 de maio de 2015

Coisas que a matemática de outros, não nos amostra.



 Coisas que a matemática de outros, não nos amostra.





Primeiro uma pequena história introdutória, para uma mera ilustração, da intenção do texto elucidatório: 

Ao necessitar de um profissional, o departamento de RH de uma empresa, deu inicio ao processo de recrutamento e seleção de candidatos. O treinamento ficaria a cargo do chefe superior. Depois de inúmeros testes e entrevistas, com a finalidade de peneirar e selecionar o grande número de candidatos que se apresentaram, chegaram a um resultado. Então se chegou a um menor numero de pretendentes a referida vaga disponibilizada. E os candidatos que passaram nas fases derrubatórias ─ denominadas no RH como classificatórias e eliminatórias ─ foram então encaminhados ao chefe superior para uma escolha final.  Daí então o chefe contratante simulou, e aplicou uma conta bastante simples, de operações matemáticas, aos reduzidos candidatos.

O teste estabelecido pelo chefe era para ser feito sem uso de calculadoras, apenas com lápis e papel, para chegar ao resultado. Com o teste do chefe, alguns candidatos até erraram o resultado, e muitos supostamente acertaram, dada a simplicidade. Mas teve apenas um candidato, que perguntou ao chefe entrevistador: “Quanto o Sr quer que seja o resultado?”. E este candidato foi contratado! 

Os números não mentem, e não falham, mas se forem induzidos a mentir podem dar como resultados os números desejados, por aqueles que os manipularam e os maquiaram: resultados e parcelas, denominadores e multiplicadores, quocientes e coeficientes, que induzem aos observadores a acompanhar seus cálculos e resultados, conduzidos por um orquestrador.

Basta buscar comparações com outros fatos e cálculos, com propriedades semelhantes. Vide o PIB de um país, ou região. A riqueza de um país, ou região é medida pelo PIB, e suas variações denominativas, indicadores da macroeconomia. Grosseiramente é o calculo do total de arrecadação e produção, da população ativa e produtiva, dividido pelo numero total de habitantes, dando um resultado médio. Mas não apresenta os percentuais de detentores da riqueza, e os percentuais dos que não possuem uma riqueza, por estarem em uma eterna pobreza. Não determinam a quantidade de valores detidos pelos que estão na maior riqueza, e na mais eterna pobreza. Diante do PIB todos são iguais, e possuem a mesma quantidade de valores produzidos, por um valor médio calculado. 

 A balança comercial de um país divide e separa exportações e importações em supostos braços e pratos de uma balança. E o que vai ser colocado em cada braço, em cada prato da balança, vai ser de acordo com os interesses de quem esta pensando e pesando: produtos agrícolas, produtos manufaturados, produtos industrializados, produtos de origem mineral e vegetal, prestação de serviços, ativos e passivos, bens e emolumentos. Atividades: primaria, secundaria e terciaria. Do extrativismo à produção em larga escala, intensiva ou extensiva. Bens duráveis e não duráveis; bens materiais e imateriais; dividas e investimentos. Parcelas escolhidas para resultados diferenciados, para analisadores e observadores diferentes, independentes ou controlados. Resultados que podem ser calculados e estimados, com riscos e certezas, questões de opções e pontos de vista.

O consumo per capita de determinado produto induz a pensar que todos os listados fazem um consumo médio daquele produto analisado. Sem se determinar que um grupo menor, pode consumir bem alem do valor médio calculado, e outro grupo bem maior, pode não consumir o determinado produto. Pesquisas determinam e elucidam que uma parcela da população tenha uma opinião, mas não identificam o perfil do grupo pesquisado e analisado. Não identificam suas classes sociais e partidárias, suas rendas e suas posições no espaço geográfico. Seus estabelecimentos, suas origens, suas procedências e seus destinos. 

Governos federais, estaduais e municipais aproveitam-se destes argumentos matemáticos para mostrarem seus planejamentos e resultados. Aproveitam o pouco relacionamento do povo com a matemática, para colocar placas com valores de uma obra, com infinitos zeros orçamentários. Orçamentos astronômicos somam números que podem não ser obtidos na vida trabalhista e previdenciária de um trabalhador. Sabem que a população não anda pelas ruas com calculadoras somando os valores das obras que determinado governo vem investindo ou gastando. E muito menos andam com calculadoras com a quantidade de dígitos que possam ter os valores das obras. 

Impostômetros são meras ilustrações no espaço urbano, já que não amostram de onde vem a arrecadação, e como os recursos são utilizados. Apenas mostram somatórios ininterruptos e supostos de quanto pode estar sendo arrecadado. E deixam as duvidas, de exibirem as quantidades exatas, e para quem estão calculando, em um placar eletrônico. Da mesma forma acontece com os IDHs, que estão a serviço de que criou os índices, decretando-os como ideais, favorecendo suas próprias cidades. Com objetivo que outras cidades tenham objetivos inalcançáveis, a busca do top utópico, sujeitas a vistorias e consultorias dos que estão no topo.

Os discursos políticos são acalentados e acalorados pelos valores em milhões e trilhões, que são ditos como o quanto de valores serão investidos nas sempre carentes áreas de saúde, transportes, alimentação, educação e saneamento. São sempre maiores que os investimentos anteriores, tal como propagandas de sabão em pó que sempre lavam mais branco que o concorrente. Planejamentos e orçamentos para sair de um patamar de subdesenvolvimento, ou de uma sujeira encardida. Promessas de administrações mais brancas ou mais transparentes. Promessas de fazer um bolo crescer para depois repartir. 

Enquanto candidatos, políticos prometem trabalhar para o povo. Depois de eleitos se escondem em gabinetes fechados e carros públicos com ar condicionado, sem dizer para quem trabalham. Debatem seus discursos acalorados, em plenárias com vidros á prova de balas, sugestões, necessidades, e desejos do povo. Com seguranças dispostos a barrar um cidadão que não esteja engravatado. Colocam suas supostas administrações expostas em paletós de grifes, bem alinhados. Com ternos e carreiras, ilibados e customizados, com medalhas e condecorações, distribuídas e escolhidas entre eles, e para eles, como estratégias de autopromoção de realizações para o bem comum, em prol de uma sociedade.
E grandes somas de investimentos são aplicadas nas chamadas obras de mobilidade urbana, que remove casas e reduz os espaços sobre as calçadas. Estão empenhados e interessados na sua própria mobilidade com avenidas largas e semáforos sincronizados. Encurtam distancias com viadutos e passagens de nível, excluindo semáforos, sinaleiras, sinais e faróis, de acordo com a cultura local.

O argumento de que uma cidade cresce com ruas e rodovias. A visão de que evolução econômica e financeira é possuir um automóvel, a autonomia da independência motorizada. Um status ambulante para ser mostrado e estacionado. Um prato cheio para montadoras de automóveis que querem colocar mais carros nas ruas, encharcando a cidade. Montadoras e concessionárias apelam para os pecados capitais, em propaganda e marketing, seduzindo o consumidor que não percebe que não há mais asfalto livre para rodar, e muitas das vezes nem tem uma vaga ou garagem para guardar seu carro. 

Fabricas de peças e montadoras ganham com a venda de seus automóveis; ganham com seus bancos e financeiras próprias que financiam os carros e seguros, automotivos, residenciais, e pessoais. Ganham em revisões programadas, e ganham com peças e acessórios, ao longo da vida útil do carro. O automóvel sai de uma linha de montagem, para uma linha de custos e financiamentos com o consumidor. E o proprietário precisa abrir mão de uma varanda ou outro espaço da casa para ceder ao automóvel, seu bem maior que precisa de abrigo e proteção. 

Montadoras internacionais e multinacionais oferecem uma corda para países, estados e cidades quem queiram se enforcar em ruas e engarrafamentos. Precisam estar com a corda no pescoço para que alguém venha em socorro a salvar, vender uma solução. Podem ser carros menores, elétricos, ou mais econômicos, totalmente computadorizados, com indicadores do melhor atalho.

Por fim o país, com seus estados suas cidades, cada qual angariando seus impostos de infraestrutura e sobrevivência: federais, estaduais, e municipais. Precisam de dinheiro para movimentar sua maquina passiva, atravancada e burocrática. E ainda levam a culpa de serem grandes emissores de monóxido de carbono, que aumentam o aquecimento do planeta influenciando no regime pluviométrico, as chuvas que inundam as cidades, ou as secas que assolam o sertão. 

E agora tem a necessidade e responsabilidade de economizar água e energia elétrica, proveniente dos cursos d’água poluídos e degradados, pelas indústrias e multinacionais, que com incentivos fiscais e renuncias de impostos, foram instaladas. Cursos de água que vão sendo privatizados e gerenciados. Estrangeiros já oferecem seus serviços de gestão e logística de recursos hídricos e hidrelétricos, vide últimos acontecimentos históricos, políticos, e geográficos.

As obras de mobilidade urbana surgem de projetos engavetados. Surgem inesperadamente de uma gaveta mágica favorecendo aos que possuem automóveis. Estas vêm com argumento que facilitaram o transporte coletivo, dando velocidade às ruas e avenidas. São destacadas na paisagem e favorecem aos que tem poderes, para ter mais de um carro, providos de ar condicionado, e roteiros rastreados, com películas protetoras da luminosidade e do calor. Criam confortos aos que tem acessibilidade térmica controlada. E com todos estes acessórios tecnológicos podem se isolar do mundo que acontece do lado de fora, de suas casas e veículos. O que acontece do lado de fora não é seu mundo, e não lhe interessa. O que lhes interessa é um autopista, uma freeway, para correr e rodar, sentir o vento no rosto, o vento que não sentem em ambientes fechados e desumidificados.

É muito fácil administrar uma cidade com ar condicionado, cafezinho e água gelada, dentro de um gabinete fechado, sem janelas e com um funcionário na antessala permitindo ou não permitindo entradas de cidadãos e eleitores, com desculpas de despachos, e audiências inadiáveis. È o isolamento do mundo, para que o mundo que ocorre do lado de fora não o incomode com problemas. Parlamentares do planalto central já pretendem construir um shopping para uso exclusivo. Para que não precisem circular pelas ruas junto com os comuns e simples mortais. Em breve devem planejar um heliporto para chegarem mais rápido ao aeroporto, e com alfândega própria, com direito a free shop, com produtos caros e importados. 

Dentro de um gabinete observando números, parece que todos os problemas estão resolvidos, com contas matemáticas. Políticos administradores aprenderam a arte de administrar números, sem olhar pela janela, do carro, da casa ou do gabinete. Sem saber de onde e como foram coletados os números que pairam sobre a sua mesa. Gabinetes parlamentares já não possuem janelas para não receber influencias de eleitores e outros parlamentares. Não sabem se esta chovendo ou fazendo sol, se há seca ou enchente. Janelas costumam ter vidros e promovem a possibilidade de ver o que acontece do lado de fora. Consideram melhor acreditar no que esteja escrito, em projetos e protocolos, nas telas de seus computadores em intranet, do que ver ao vivo o que acontece do lado de fora. Salvo condições que podem gerar um marketing pessoal.

Torna-se necessário que não se veja para uma melhor administração. Enquanto um faz de conta que administra uma cidade, o outro faz de conta que vive em uma cidade administrada. Em um balanço de mandado, fazem a divulgação de quantos projetos foram apresentados, sem destacar quantos foram aprovados. Com suas inconstitucionalidades parlamentares criam substantivos e adjetivos que possam confundir seus sufragistas eleitores.

Vivemos na era da informação, e toda informação precisa ser investigada. É preciso saber e conhecer seus percentuais de verdades e mentiras.

RN 24/05/15

Roberto Cardoso
Desenvolvedor de Komunicologia
Jornalista Cientifico – UFRN-FAPERN-CNPq
Membro do IHGRN - Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
Membro do INRG – Instituto Norte-Rio-grandense de Genealogia

Coisas que a matemática de outros, não nos amostra.

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sexta-feira, 22 de maio de 2015

O quanto a arte é importante para o conhecimento.



O quanto a arte é importante para o conhecimento.





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O quanto a arte e o artista são importantes na construção do conhecimento. A arte antecede ao conhecimento. O conhecimento baseia-se na arte formada e construída. A arte realizada, a partir das expressões do corpo, ao comando da mente. Valdir Augusto, quando ao dar títulos em seus trabalhos e exposições, quando reúne alunos, trabalhos e artistas, fala e escreve: A arte e o artista em primeiro plano. E diz mais ainda: arte não se julga; apenas se observa e se admira. E assim pode ser o conhecimento, admira-se e evolui-se, sem criticas. Criticar é voltar a um passado impedindo uma evolução. Cria-se um novo sem perder tempo em criticas. Cria-se o novo sem esquecer o passado, outras gerações podem necessitar deles.
Pintores já levaram cenas históricas, retratadas em suas telas, de lugares onde o povo não pode estar presente, no tempo e no espaço. Já colocaram retratos nas paredes e em molduras, antes da existência das fotografias. Bobos da corte com suas palhaçadas e malabarismos podem ter influenciado as decisões de reis e rainhas, que dominavam o seu próprio reino, ou o reino vizinho. Eles souberam o quanto e quando, influenciar pequenos príncipes e jovens princesas, que podiam levar contos e histórias a seus pais, reis e rainhas.
Fotógrafos já foram em regiões distantes, caminhando e escalando; já participaram em teatros de guerra, para retratar cenas reais dos lugares de difícil acesso, e cenas verídicas nos campos de batalhas. Cada um retrata e fotografa com o seu olhar, com a lente de seus olhos e de suas câmeras. Seus dedos comandam pinceis e disparadores. E cada observador interpreta o que vê com seus olhares e suas posições. Posições econômicas e geográficas, sociais e intelectuais.

Fotografias e telas podem conter símbolos interpretativos, que levarão o interpretador tirar as suas próprias conclusões. Tipos de arquiteturas, construções e elevações. Moda e vestuário, tipos de indumentárias e uniformes, Siglas e símbolos contidos no vestuário, nas portas e paredes, ou jogadas e encontradas ao acaso, no cenário retratado. Flâmulas e bandeiras, sobre uma mesa ou desfraldadas em um mastro. O fotógrafo e o pintor podem ir onde a cena e o cenário estão para trazer imagens ao expectador e admirador. Imagens de sonhos e realidades, o sonho de ir ou de ficar, de permanecer ou de voltar. 

O para brisas de um veiculo é uma tela viva, ao dispor de seus ocupantes, com as possibilidades de outros olhares, por outros ângulos, através de janelas laterais ou mesmo por um retrovisor, com uma imagem se reduzindo ao infinito. Viajar é conhecer e adquirir conhecimentos, participar de outros meios culturais.

Modas de viola e literatura de cordel levam um conhecimento a quem tem pouca ilustração e nenhuma informação. Quem não sabe ler e escrever tem na musica e no radio, a sua caixa de conhecimento, embalados pelos dedos e a voz de seu portador, o ilustre cantador. Cantam modas e violas, modinhas e canções. Nos intervalos das musicas surgem noticias e informações do cotidiano. O assunto em pauta nos principais meios de noticias pode virar moda nas letras pautadas de uma musica embalada. Onde não tem um profissional professor, haverá um profissional cantador ou trovador. Um conhecimento de EaD em 3D, com direito a desafio, replicas e treplicas.

Médicos e professores fazem juramentos e julgamentos ao longo de suas formações e formaturas. Médicos e professores avaliam muito as condições de lecionar e medicar em lugares distantes, depois de suas formações e formaturas. Eles usam de um novo argumento, o conhecimento aprendido que se torna aplicável a suas vidas e profissões, e avaliam: localizações, acomodações e remunerações. Não estão motivados para ir onde o aluno e o paciente estão. Ao passo que todo artista sabe que tem que ir aonde o povo esta: alfabetizados ou não; letrados ou não; com saúde ou não. Cantam e declamam para vivos ou mortos, podem frequentar nascimentos, casamentos, separações ou velórios.

O artista leva seus gestos e sua voz à rincões e sertões, sem mesas e sem cadeiras. Sem ar condicionado e sem ventiladores, lugares sem telefones e computadores. Com suas musicas, e com seus gestos praticam uma terapia. Lecionam, atendem e medicam debaixo de uma lona, e debaixo de uma arvore. Podem cantar receitas medicas de conhecimento empírico e receitas culinárias testadas a aprovadas. E a arte ocupa os espaços deixados por aqueles que foram treinados e formados para levar informação e construir um conhecimento. Não levam uma informação e um conhecimento; e por traz de suas barricadas de títulos e diplomas, criticam um conhecimento adquirido por outros meios, que não sejam os seus, dotados e armados de slides e programas formatados para aparecerem em uma tela branca, dentro de uma sala escura. Não admitem conhecimentos levados por outras mãos, outras vozes e outras canções.

Um artista ao ler um livro, escreve uma resenha. Ao ler uma história, faz um roteiro para teatro ou cinema. Reescreve histórias e livros mentalmente. Com uma pagina escrita em preto e branco dá cor e vida, a cenários e personagens. Encontra personagens ao caminhar pelas ruas.  Anda pelo shopping e encontra personagens que fugiram de um filme que rolava no cinema ali mesmo. Pode ser atendido por uma junta medica e enxergar que determinado medico componente da junta, fugiu de uma gaveta do ITEP ou do IML, e esta ali diante de um paciente, insistente em impor seus conhecimentos. Classes de estudiosos já citadas na Bíblia. 

O artista baseado em historias escritas em paginas de duas dimensões, da vida aos personagens em ambientes de três dimensões. Interpreta uma história, para criar uma estória com seus pontos de vista e com sua bagagem artística e cultural. Para fazer um filme, filma de vários ângulos, e escolher durante a edição o angulo que melhor se adapta a uma cena com um dialogo e determinada emoção. Em um teatro o importante pode ser uma iluminação, para realçar um detalhe no cenário, e esconder outro detalhe do cenário, sem importância para determinada locação. O artista tem tudo em sua mente e suas mãos: água e pinceis com cores e tintas; lápis, caneta, borracha e mata-borrão. Holofotes com luzes e cores; microfones, amplificadores, sintetizadores, e som. Luz, câmera e ação.

Artista olha para o céu e vê cenários em movimento formados por nuvens, ao sabor dos ventos. Cenários que vão se movimentando e se transformando em novas imagens e interpretações. Artista que cozinha sua própria comida enxerga personagens fritando. Troca os alimentos: vê animais marinhos em aves; animais terrestres em frutos do mar; lagos e lagoas, borbulhantes e escaldantes em panelas e frigideiras. Areias movediças de farinhas podem formar um redemoinho ao movimento das colheres, em um movimento rotatório e contínuo em um pirão.

Enquanto o par fundamental de uma sociedade, o medico e o professor, não vai aonde o povo esta. O artista já declama, canta e dedica, uma poesia ou uma canção. Enquanto os pares fundamentais, alunos das mesmas escolas, as farinhas do mesmo saco, aprendem a ralar o aipim, a mandioca ou a macaxeira, o artista já esta comendo a tapioca, o grude e o beiju.

RN 22/05/15

Roberto Cardoso
Desenvolvedor de Komunicologia

Jornalista Cientifico – UFRN-FAPERN-CNPq
Membro do IHGRN - Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
Membro do INRG – Instituto Norte-Rio-grandense de Genealogia

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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Paradigmas do jornalismo II



Paradigmas do jornalismo II



Celulose é a matéria prima para a fabricação de papel. E a celulose é retirada de alguns tipos arvores que são plantadas e cultivadas, consideradas ideais para fabricar papel. As toras de arvores depois de roladas, dilaceradas e modificadas, com água e alguns aditivos, são transformadas em extensas folhas de papel, em produção continua. Folhas tão extensas, que precisam ser enroladas, formando uma bobina, o seu processo de embalagem, o enrolar como movimento rotativo iniciado pelas toras das arvores. Enormes bobinas de papel são formadas com as extensas folhas em uma fabricação continua, durante o trabalho de processamento das fibras das arvores tornadas celulose, e depois papel, sempre em movimento continuo. 

E estes papéis em folhas extensas então são enrolados, embalados, medidos, pesados e identificados. Prontos para deixarem a fabrica, seguem então seus destinos para armazéns de estoques ou viagens. Rolando ou carregados por empilhadeiras, fazem embarques ou desembarques em transportes multimodais: marítimos, ferroviários ou rodoviários, estão sempre em movimento. A forma de embalagem ainda permite um rolar pelo chão, no piso dos armazéns.

Os rolos de papel jornal, com viagem marcada para destinos mais distantes, vão em movimento sobre carretas para um porto aguardar seus embarques em navios. Não podem esperar muito tempo expostos ao tempo, as intempéries que podem danificar a sua composição. Os papeis são extremamente sensíveis ás chuvas e correm riscos de modificar sua composição e resistência, com a presença da umidade. Uma carga cara e preciosa, que requer cuidados. Precisam ter uma resistência calculada para suportar maquinas velozes de impressão continua, maquinas rotativas que dão velocidade ao papel e a informação que vai circular impressa neles.

Não podem aguardar muito tempo à espera de um navio, possuem prioridade de embarque e desembarque, devido a sua sensibilidade e responsabilidade em levar noticias. Possuem incentivos fiscais para entrar em um país, e participar do sistema de informações. Seus embarques são programados de modo a ficar pouquíssimo tempo esperando expostos ao tempo. Embarcam em grandes navios com destinos a outras cidades e continentes. Enquanto uns volumes podem embarcar direto em porões, outros fazem uma viagem em containers. Tudo depende dos critérios e acordos entre: vendedores, compradores e transportadores, importadores e exportadores, despachantes e recebedores.

Chegando ao porto de destino, guindastes entram em movimento para retirar a carga do navio; guindastes do porto, ou guindaste do próprio navio. Alguns navios possuem um sistema denominado de ponte, com maior capacidade de movimentação da carga, no embarque ou desembarque ou mesmo dentro do próprio navio. Em navios maiores, com um modelo próprio de porão, uma quantidade maior de porões, e maior capacidade de carga, e amplo espaço no convés.  Um navio diferenciado, com sistemas especiais de acomodação de carga especiais. 

Carretas e caminhões com carrocerias abertas em prancha já aguardam junto ao navio, o inicio da descarga. Costumam chegar ao cais, antes do navio atracar. A prioridade do tempo é do navio e da carga. Um navio não espera, tem um cronograma a seguir, o mesmo deadline das noticias. Um navio tem materiais e mercadorias para descarregar e entregar aos seus clientes; e os jornalistas têm matérias e anúncios de mercadorias para entregar ao editor.

A prioridade do papel permite uma autorização, uma descarga direta, do navio aos armazéns de fornecedores, ou para os armazéns dos grandes jornais, os grandes consumidores de papel imprensa. E novos destinos são dados à carga de papel que desembarca.  Vão para armazéns e gráficas. O papel jornal não para de rodar, esta sempre em movimento, tal como as noticia a serem divulgadas no papel como suporte de mídia para informação.

Bobinas de papel produzidas em países frios embarcam em navios com porões frios, no momento do carregamento. Grandes carregamentos de papel jornal embarcam no Canadá. E os porões depois de fechados formam um isolante térmico com o meio exterior. Quando as bobinas ou rolos de papel desembarcam em portos de países mais quentes, surge ou não, o fenômeno denominado de condensação, quando gotículas de água aparecem sobre a embalagem, a embalagem parece “suar”, fato comum em descargas no Rio de Janeiro. Tudo depende de uma gradiente de temperatura, do embarque e do desembarque. A condensação é um risco a ser avaliado, com a possibilidade de ultrapassar a embalagem ou não. Mas a descarga não pode parar. Para apenas em situações de ameaças de chuvas, é melhor não correr o risco, tanto no porto quanto sobre carretas e caminhões, ainda que em pequenos espaços para movimentação da carga perecível. 

O papel é um produto sensível á água, que reduz seu tempo de vida. Uma molhadura ou um tombo atingindo seu conteúdo pode mudar os rumos determinados a uma bobina de papel. E o jornal impresso tem uma pequena validade, mesmo sem chuvas, sua validade é de no máximo um dia, já que depois, ao final do dia, outras e novas noticias já estarão prontas para serem impressas e publicadas, substituindo e alterando, modificando as anteriores.


RN 14/05/15
Roberto Cardoso
Dsenvolvedor de Komunicologia
Jornalista Cientifico – UFRN-FAPERN-CNPq
Membro do IHGRN - Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
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Paradigmas do jornalismo I

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