domingo, 22 de novembro de 2015

Festa na FLINstones (Parte 3) - Final


Festa na FLINstones
 
(Parte 3) - Final
 
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E na mesma sexta-feira da semana de finados, depois de uma conferência sobre os deficientes, uma visita à feira literária, ao cair da tarde. Depois de bem instruído e informado, por palestrantes escolhidos, os que praticam o respeito e a acessibilidade. A oportunidade de ver se tudo estaria posto em pratica, pelos administradores do município, no uso do espaço público. E no vale da Ribeira, a origem da cidade, uma festa na FLINstones, com coisas e atos da idade da pedra.

No evento matutino, uma justificativa foi apontada, para as escolas existentes atualmente. Escolas que foram planejadas e construídas quando não se falava nos temas atualmente debatidos, temas relacionados aos deficientes. Mas um evento recentemente idealizado e construído, montado em espaço público. Imagina-se que ideias e providencias deveriam ser tomadas, e providenciadas. Antes, durante e depois. Antes do planejamento e durante o acontecimento. Criando informações e conhecimentos para os próximos eventos.

O espaço é público, com a possibilidade e o direito de uso de todos, e por todos, até os falecidos. E falecidos estão ali permanentemente presentes, observando a sociedade de hoje. Djalma Maranhão, como espaço cultural. Augusto Maranhão, como teatro. E Augusto Severo, em pose de estátua. Duque de Caxias também está próximo daquele espaço; Barão do Rio Branco, Câmara Cascudo e outros. Sem contar os jornais tradicionais da cidade, fundados e criados por antigos e reconhecidos moradores. E a Ribeira insiste em ser resgatada. Insistem em resgata-la, por poderes culturais, históricos, públicos e privados.

O espaço público, a céu aberto, localizado na Ribeira, já não possui uma planta ideal para quem queira ali circular, há sempre carros, motos e bicicletas circulando pela enorme calçada. Fica claro, que na tentativa de preservar arvores e jardins, ficaram espaços estreitos e mínimos para indivíduos, que ali queiram transitar, a pé ou com uma cadeira de rodas. E na tentativa de cumprir regras básicas de acessibilidades, com uso do piso táctil, o que era estreito, ficou mais reduzido ainda, tendo em vista que os deficientes visuais precisam movimentar suas espadas.

Com tendas e barracas armadas, com estruturas de ferro e aço, os pisos guias foram bloqueados na FLINstones. Rampas de acesso estavam obstruídas e impedidas de serem usadas. Sem ordenação e afastamento os “ambulantes fixos”, armaram acampamentos para venda de bebidas variadas. A enorme quantidade de público presente, intensificavam as impossibilidades e dificuldades, já existentes.

Carros públicos com objetivo de fiscalizar o espaço, estavam posicionados ao longo das vias com uma faixa continua e amarela, indicando não ser permitido estacionar. Fiscalizadores públicos com uniformes de cor chamativa, deixando claro que trabalham na cidade noiva do Sol, não possuíam nome de identificação nos uniformes de cor exaltada. Não era possível reclamar ou contestar.  E cobram respeito à sua suposta autoridade. Estavam ali presentes como simples anônimos, com pose de pintinho amarelinho. Quem sabe talvez, uma manifestação cultural, remetendo a ideia do Flintstone. Parados com olhares abismados, aguardando o show começar. Era o dia do ex-ministro cultural se apresentar.

Inúmeros carros parados junto ao meio-fio, parecendo que necessitavam ser empurrados, de tão pesados que estavam. Amarelinhos pálidos assistindo tudo, com ares de quem não tinham nada a ver com aquilo. Questionados disseram ser algo fora do acontecimento normal, e compreensível, passível de acontecer e compreender. A estratégia do não se envolver.

Em outro dia, questionando o amarelo maior, em um momento fora das telas de TV, sobre a identificação dos amarelos menores, disse ele que, alguns possuíam identificação e outros não. Restando agora o filosofar, sobre o entendimento da estratégia, entre o sim e o não. O trailer de apoio ao turista, permanentemente fechado, durante uma permanência na FLINstones. No espaço que vem tentando-se resgata-lo como espaço histórico e cultural, na cidade do Natal.

Um conjunto de falhas administrativas, urbanas e turísticas. Falhas preventivas e coercitivas, no show literário com a pretensão de divulgar e promover Natal/RN. Um espaço com um Deley cultural, a diferença entre as necessidades culturais do povo, e as necessidades culturais daqueles que administram os espaços e os eventos.

 

 
Em 22/11/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

 

Textos Anteriores
Festa na FLINstones (Parte 1)

Texto disponível em:
http://forumdomaracaja.blogspot.com.br/2015/11/festa-na-flinstones.html


 

Festa na FLINstones (Parte 2)
Texto disponível em:
http://digestaodepessoas.blogspot.com.br/2015/11/festa-na-flinstones-parte-2.html



 

 
Festa na FLINstones
 
(Parte 3) - Final
 
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Festa na FLINstones (Parte 3)

Texto disponível em:
http://sobregestaodoconhecimento.blogspot.com.br/2015/11/festa-na-flinstones-parte-3-final.html


 

 Em 22/11/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

 

por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
 
Plataforma Lattes
Produção Cultural
 
Maracajá
 
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